Anjo torto. Tenho andado de olhos vendados, Cansado das verdades desses mundos, Cheio de sofrer a dor no olho dos outros, A dor de quando se ama. E não sabe parar. Me sinto um anjo, quase que penalizado, Quando me sento ao seu lado, Quase obrigado, e te escuto. Vejo suas lamurias, suas dores de mulher, Mas dores infantis. Seus suspiros, a falta de coragem... E a vontade se ser, não se sabe o quê. Sou Anjo, mas sou Torto. Sou Amigo, mas também sou Homem. E como Homem, tenho raiva do seu menosprezo, A “menos valia” a qual você se submete. Seu menosprezo, o abandono dos sonhos. A falta de brilho em seus olhos... E como Anjo, Me compadeço... Procuro ajudar, Busco alternativas... E me pergunto: Deus, por quê? Mas o vento toca frio em minha nuca enquanto você fala, E vira meu rosto de leve... E vejo sua boca... E penso? Por que sou anjo? Por que vejo o que ninguém vê? Sinto o que eles não sentem. A quem me dera ser apenas homem, Sujo, porco e imundo. Quem me dera não conhecer seus segredos,