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Mostrando postagens de setembro, 2013

P.

Enquanto aspirante a poeta, Entre um suspiro e outro, Atrevia a prever o futuro, E o custo que esse teria. E nesse jogo de inspira-expira, Respira. Pira. Inspiração... Pirava com o medo da maturação. O que o monstro da razão me traria? Trairia. Essa era a única certeza. Anos treinando a libertinagem da mente, Do corpo, dos prazeres e dos amores. E a razão era a própria traição do prazer. Viver e gozar sempre. Sem fim. Pensar sem prazer, Portanto, com razão, Era tirar do poeta a sua alma, Sua primeira inspiração. Mas, tal qual a morte, A maturidade da razão chegou. E se fez presente. E tal qual a morte, impôs-se, absoluta. E não houve mais nada. E todo o prazer que sentia, Eram agora inflexões frias, Rígidas como o mármore, Mas não tão belas. E a razão levou o verso, Escondendo sob prosa, Disfarçando-o em sorrisos, Em trechos, desmembrando-o, Enfraquecendo-o. Mas... Poeta ainda é gente. E gente respira. E po