Tenho sonhado mais nos últimos 5 meses, do que em toda minha vida junta, somada. Como se no desespero da ausência diurna, A noite me trouxesse aquilo que preciso. Às vezes me entristece, as vezes me alegra (mentira), Mas sempre, sempre, me confunde. Que faço agora que até mesmo a noite que sempre foi minha melhor amiga vive a me castigar? Será que a noite manifesta agora o ciúme do abandono sentido quando eu era o que não sou hoje? Será tudo isso birra, do corpo, da cabeça, da noite, da saudade? Que devo então fazer? Me entreguei a dor como me entreguei ao amor. Abracei e a senti em cada segundo do meu viver por quanto tempo ela quis viver em mim. E mesmo hoje que ela não se foi, apenas descansa, não a nego. A deixo respirar livremente e viver em mim como parte daquilo que sou. Não neguei a dor como não neguei o amor. Tampouco a escondi ou a escancarei... A vivi como vivo, à minha própria maneira, Transparente e integral. Porque então não me deixas ser o que sou? Por
O pacato morador de uma pequena cidade do interior, cansado do silêncio e da mesmice, de comprar o café no mesmo lugar, e ver todo dia as mesmas pessoas, decidiu-se mudar, rumou a cidade grande. Chegando lá, encantou-se com tamanho fuzuê: era gente pra dar e vender. Tantos prédios, tantas opções Decidiu explorar tudo que podia. Logo depois de acomodar-se, arrumar emprego, começou: Jamais tomaria café duas vezes no mesmo lugar, ou duas cervejas no mesmo bar. Em 6 meses, conhecia grande parte da cidade, e uma imensidão de pessoas de sorriso e acenos fáceis, cujos nomes não sabia metade. No trabalho, era famoso pelas indicações de lugares a conhecer, referência sobre aonde ir, se tornou popular, realizou o que sempre quis: novas pessoas todo dia, novos lugares todo dia, novas experiências. Depois de 1 ano, o pacato morador cansou, a cidade o consumia, sorria a todos no trabalho e nos bares e cafés que conhecia, estava cheio de conhecidos, companheiros de copos e conexões tão pro