Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de 2013

P.

Enquanto aspirante a poeta, Entre um suspiro e outro, Atrevia a prever o futuro, E o custo que esse teria. E nesse jogo de inspira-expira, Respira. Pira. Inspiração... Pirava com o medo da maturação. O que o monstro da razão me traria? Trairia. Essa era a única certeza. Anos treinando a libertinagem da mente, Do corpo, dos prazeres e dos amores. E a razão era a própria traição do prazer. Viver e gozar sempre. Sem fim. Pensar sem prazer, Portanto, com razão, Era tirar do poeta a sua alma, Sua primeira inspiração. Mas, tal qual a morte, A maturidade da razão chegou. E se fez presente. E tal qual a morte, impôs-se, absoluta. E não houve mais nada. E todo o prazer que sentia, Eram agora inflexões frias, Rígidas como o mármore, Mas não tão belas. E a razão levou o verso, Escondendo sob prosa, Disfarçando-o em sorrisos, Em trechos, desmembrando-o, Enfraquecendo-o. Mas... Poeta ainda é gente. E gente respira. E po

A história de uma criança - Parte 1

Algumas vezes o universo gosta de pregar peças. Uma criança um dia achou que era uma dessas peças do universo. Melhor, ele achou que era a própria peça que o universo queria pregar no universo. Deu pra entender? Essa criança tinha suas particularidades. E eram tão particulares que não tinha coragem de comentar com ninguém. É que ela acreditava em coisas que uma criança não deveria acreditar. Não gostava das rainhas dos baixinhos, sequer acreditava em coelho da páscoa ou coisas do gênero. Quando criança, acreditava que as crianças, quando nasciam, já nasciam sabendo de tudo. E que o papel dos adultos era de imbecilizar as crianças. Claro, ele não sabia dessa palavra ainda, ou melhor, como gostava de pensar, por culpa dos adultos ele não sabia mais daquela palavra, ainda. Na sua visão, cada criança tinha uma gota de todo conhecimento do universo em si. E cada criança era a principio uma dessas peças que o universo prega, e o eram simplesmente porque sabiam de tudo, mas, ninguém sabia