Porque, o que sou Não depende de você Não lhe diz respeito. As mulheres que conheço, As camas em que deito, Bocas, rostos e cheiros Nada disso lhe diz respeito A minha alegria, Meu contato com a Vida, Minha vida dentro de outras, Meu “quase-morte” em outro corpo, Isso, não lhe diz respeito. E se hoje não quero ninguém, Se meu corpo não quer outro, Não é carência ou tristeza ou fracasso, É cansaço. É tempo, Templo para contemplar: A mim, ao mundo, a Natureza Divina. Porque de tudo que faço, Nada mais é por você, Nada é para você. Até porque, você não esta ai, ou aqui. Você (in)existe dentro de cada ser, Mora na falta de brilho no olhar, Na tristeza que transparece, Transcende o sorriso. Porque você é a Tristeza, E nada, do que sou, penso e falo, Nada disso, lhe diz Respeito.