Sobre as pessoas, certa vez
ouvi um homem, daqueles que fazem questão de em uma sala de aula (daquelas onde
todos estão de todas as maneiras possíveis a mercê dele) escrever em letras
garrafais que não devemos brincar com a alcunha de sermos “loucos”.
Ele
disse que nossa profissão é séria, lidamos com pessoas, estudamos muitos,
lutamos por reconhecimento, bla bla bla, e temos que respeitar primeiramente a
nós mesmos e a nossos colegas antes de qualquer coisa, e brincar ser louco, “fora
do comum”, “anormal”, era uma vergonha a qualquer classe (e isso se aplica a qualquer classe ou profissão).
Concordo.
Palavras como essas fazem muito sentido. Não se deve brincar de “louco”, ou ser
anormal, ou pensar fora da caixa. Temos que todos os dias acordar e agradecer
ao mundo por pertencermos a maioria. Digo isso, porque normal, de curva normal,
trata de algo esperado com base no comportamento ou predição de comportamento
ou resultado de qualquer coisa. Escolha mil números, mil pessoas, descubra
aquilo que é mais ou menos comum. Isso é ser normal.
E isso
não é necessariamente bom. Eu explico: Einstein e Newton eram (provavelmente) autistas,
Galilei foi perseguido pela inquisição (dos normais, ressalto) e Darwin tinha
problemas nos estudos, entre outros “anormais” que excederam o resto dos
mortais...
Dito
isso, ressalto: Concordo com a fala do então professor, não se deve brincar de
ser louco, de fugir do comum, de ser anormal. Isso é sério! É sobre pessoas
capazes de mudar o mundo, de mudar a forma como lidamos com tudo, com todos. Ser
louco, diferente, anormal, não é uma brincadeira, é um exercício cotidiano dos
que buscam fazer a diferença no mundo. Dos que quando criança, não sonhavam
apenas em ser bombeiro, policial... Mas, daquela criança que queria reinventar
o mundo, que sonhava alto, brincava sozinha, era excluída na escola, e não
desistiu dos seus sonhos.
Da lista
de pessoas que passaram pela minha vida, ressalto com sabedoria os loucos. Os loucos
que me desafiaram a conseguir meu melhor, que disseram que tudo é possível, que
me ensinaram a lidar com as diferenças, aproveitar os próprios espinhos ao
invés de chorar sobre eles. E a maioria desses, eram professores, mas, daquele
tipo que quando chega na sala, fala o nome, ou apelido, senta sobre a mesa e
nos oferece o mundo, com um sorriso no rosto.
Aos meus
amigos, professores, colegas, conhecidos, e claro, aos desconhecidos, loucos
que fazem do meu mundo, um mundo melhor.
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